Total de visualizações de página

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Ocaminho a ser seguido é a reprodução em cativeiro ou perderemos muitas espécies .A sociedade precisa se organizar e fazer parte desse projeto .

Ciência Editora: Ana Paula Macedo
anapaula.df@dabr.com.br
3214-1195 • 3214-1172 / fax: 3214-1155
30 • CORREIO BRAZILIENSE • Brasília, domingo, 20 de março de 2011
Dada a dimensão do desafio da
biodiversidade, é fundamental que os
organismos de conservação e os
executores de políticas públicas
considerem o potencial dos jardins
zoológicos na proteção das espécies
ameaçadas.”
Dalia Conde, bióloga
www.correiobraziliense.com.br
Veja a lista (em inglês) de animais
ameaçados elaborada pela União
Internacional de Conservação das Espécies.
Proteção no DF
Em Brasília, a Fundação Jardim
Zoológico abriga 1,3 mil aves, répteis
e mamíferos, em um total de 300
espécies, incluindo alguns sob
ameaça de extinção. Entre os
animais que correm riscos no
ambiente natural e são criados no
zoo, estão o tamanduá-bandeira
(Myrmecophaga tridactyla), o loboguará
(Chysocyon brachyurus), a
ariranha (Pteronura brasiliensis), o
gato-do-mato-pequeno (Leopardus
tigrinus) e o rato-candango
(Juscelinomys candango).
» PALOMA OLIVETO
Para muitas espécies de
animais ameaçadas, a salvação
pode estar atrás das
grades. Embora planos de
manejo ambiental e aumento de
reservas naturais estejam na pauta
internacional da biodiversidade,
alguns hábitats foram tão devastados
que, segundo especialistas,
o cativeiro é a única saída para
que determinados grupos não sumam
totalmente do mapa. Em
um artigo publicado na edição de
hoje da revista Science, pesquisadores
de diversos institutos defendem
que os zoológicos podem ter
um papel importante na manutenção
de espécies que, sem outro
tipo de intervenção, estarão extintas
em breve.
“Nareuniãodeoutubrode2010
da Convenção sobre Biodiversidade,
em Nagoya, foi discutido
um plano para reduzir as pressões
sobre a biodiversidade do planeta.
As principais diretrizes são a ampliação
da cobertura de áreas protegidas,
a redução pela metade da
perda de hábitats naturais e a prevenção
da extinção das espécies
ameaçadas”, lembra, em entrevista
ao Correio, Dalia Conde, principal
autora do estudo. “Para as espécies
cujo hábitat está gravemente
ameaçado, porém o panorama
é tão desolador que a União
Internacional para Conservação
da Natureza (UICN) reconhece
que ações de conservação in situ
(no hábitat natural) terão de ser
combinadas com abordagens ex
situ, como a criação em cativeiro
nos jardins zoológicos, em aquários,
e assim por diante”, completa.
Segundo a bióloga mexicana,
que é pesquisadora do Max
Planck Institute for Demographic
Research, na Alemanha, ao menos
em curto prazo, a reprodução
em cativeiro pode ser a única opção
de conservação dessas espécies.
“Mas essa é uma prática que
está ausente ou muito pouco representada
nas políticas de conservação
governamentais, de organizações
públicas e de instituições
multilaterais”, alega. Uma
estratégia que, na opinião de Dalia,
tem de ser revista.
Defendendo o argumento, ela
cita que uma recente avaliação
do estado dos vertebrados no
planeta, também publicada pela
Science, concluiu que a criação
em cativeiro teve um importante
papel na recuperação de 17 das
68 espécies cujo nível de ameaça
foi reduzido. A pesquisa, liderada
por Michael Hoffmann, da Comissão
de Sobrevivência das Espécies
da UICN analisou dados
de 25.780 espécies catalogadas
na lista vermelha da instituição.
Entre os animais que não existiam
mais na vida selvagem e foram
resgatados graças ao cativeiro,
estão o condor-da-Califórnia
(Gymnogyps californianus), a
doninha-de-pé-preto (Mustela
nigripes) e o cavalo selvagem de
Przewalski (Equus ferus).
“A reprodução em cativeiro
tem o potencial de manter as populações-
alvo em segurança contra
ameaças como doenças ou
pressão de espécies invasoras
(por exemplo, predadores de ovos
em ilhas)”, justifica a cientista. No
estudo de Hoffman, verificou-se,
inclusive, um índice de sucesso
na reintrodução na vida selvagem
de animais que nasceram
em cativeiro. “O estabelecimento
de políticas de reintrodução das
populações em cativeiro no meio
Salvação no cativeiro
Em estudo publicado
na Science,
pesquisadores
defendem o uso de
jardins zoológicos
como forma de
preservar espécies
animais em
risco de extinção
selvagem pode oferecer oportunidades
valiosas aos animais,
uma vez que os impactos em seu
hábitat nativo são controlados”,
afirma o biólogo ao Correio. Ele
cita como exemplo o aumento de
cativeiros para o sapo-de-Kihansi
(Nectophrynoides asperginis),
que está ameaçado por causa de
uma infecção provocada por fungos
em seu hábitat, na Tanzânia.
Nem sempre a reintrodução à
natureza é vantajosa. “Fatores sociopolíticos
podem determinar o
sucesso dos programas. Por
exemplo, a reintrodução do órixda-
Arábia (Oryx leucoryx) em
Omã foi prejudicada pela caça
furtiva, em parte porque as comunidades
locais não estavam
suficientemente envolvidas nos
esforços de conservação”, conta
Dalia. Além disso, quando nascidos
em cativeiro, os animais
não desenvolvem habilidades
cruciais para sua sobrevivência
no mundo selvagem.
“Mas, em muitos casos, essas
dificuldades foram superadas
pela criatividade e por medidas
específicas”, afirma a bióloga.
“Temia-se que os papagaios-de-
Porto Rico (Amazona vittata) seriam
incapazes de escapar dos
predadores na natureza, mas esse
problema foi resolvido com
técnicas de enriquecimento ambiental”,
diz. Nesse caso, foram
confeccionadas caixas-ninho
que simulavam o cenário natural,
de forma que o papagaio tinha
de cuidar dos ovos e das
crias sem a interferência humana.
As aves também fizeram treinamentos
para aprender a fugir
de predadores — na experiência,
foi usado um gavião —, o que se
mostrou vital quando elas foram
reintroduzidas, com sucesso,
nas florestas de Porto Rico.
Banco de dados
A cientista explica que, em
seu estudo, foi analisado o banco
de dados do Sistema Internacional
de Informação de Espécies,
uma organização que compila
registros sobre animais
mantidos em zoológicos e aquários
de todo o mundo e, atualmente,
tem 2,6 milhões de espécimes
catalogados, provenientes
de 800 instituições associadas.
“A partir da Lista Vermelha de
Espécies Ameaçadas da UICN,
obtivemos o nível de ameaça de
cada uma das espécies de vertebrados
terrestres representados
no arquivo”, explica.
Um quarto das espécies de
aves conhecidas e quase 20% de
mamíferos têm representações
nos jardins zoológicos. Mas apenas
12% das espécies descritas
de répteis e 5% de anfíbios são
criadas em cativeiro. Em relação
aos animais ameaçados, foco
do estudo, entre um quinto e
um quarto dos mamíferos da
lista vermelha existem em cativeiro.
A exceção está nas espécies
em estado crítico de extinção,
das quais apenas 9% vivem
em zoológicos. O mesmo ocorre
com aves e, no caso de anfíbios,
o índice é ainda menor: 3%. “Isso
é uma grande preocupação,
porque os anfíbios são um grupo
altamente ameaçado, com
41% das espécies na lista vermelha”,
diz Dalia.
“Zoológicos, como uma rede
global, devem se esforçar para
assegurar que as suas populações
de espécies ameaçadas
possam sobreviver a longo prazo.
No entanto, cada zoológico,
individualmente, pode dar uma
contribuição maior à conservação,
especializando-se na
criação de espécies específicas,
em vez de se preocupar apenas
em aumentar a diversidade de
animais”, defende a bióloga.
Consciente que manter animais
em cativeiro é algo altamente
dispendioso e dependente de
técnicas apuradas, a pesquisadora
faz um apelo: “Dada a dimensão
do desafio da biodiversidade,
é fundamental que os
organismos de conservação e
os executores de políticas públicas
considerem o potencial
dos jardins zoológicos na proteção
das espécies ameaçadas”.
Original da China, a panda Xiannu encontrou abrigo em zoológico de Tóquio, onde vive com um companheiro: reprodução em cativeiro é método eficaz na preservação de animais
Panda-vermelho em zoo dos Estados Unidos: espécie ameaçada
Praticamente extintos na África, exemplares de leões-brancos foram levados para Rhenen, na Holanda.


RENATO
´´Acredito que no Brasil existam milhões de criadores amadores de aves e esses criadores podem sem custo nenhum aos cofres publicos manter esse deposito genético pra fins de repovoação futuras em areas totalmentes perdidas .Temos a ararinha azul como exemplo ,não seria necessario buscar exemplar fora do Brasil se existisse a criação em cativeiro .Basta os orgãos competentes apoiar e educar em vez de marginalizar todos os criadores de forma igual tem que separar o jóio do trigo pra se ter sucesso. Muitos criadores desenformados estão sendo alvo facil dos traficantes devido não obter conhecimento tecnico e acabam adiquirindo animais com anilhas violadas ou falsas se o ibama fornessece esse tipo de informação a maioria dos criadores estariam andando correto com o orgão ´´.
Fica ai a pergunta o que é feito com o dinheiro arrecardado dos criadores todos os anos e porque não encontramos informação nem via internet nem televisiva .Se fosse oferecido pelo menos panfletos mostrando a diferença entre anel falsificado e original já facilitaria o reconhecimento ,ajudando o criador se prevenir quanto ao malcaratismo do trafico .
A unica coisa que o poder tem feito e mostrar as apreensões e nunca as informações pra se prevenir .ISSO CABE AO PODER PUBLICO PREVENIR O CIDADÃO ,INFORMAÇÃO É A BASE.

Nenhum comentário:

Postar um comentário